
Eu prefiro ser chamada de louca. Aliás já fui várias vezes assim chamada.
E adoro pessoas loucas como eu. Sabem porquê?
Porque somos Seres autênticos. Expressamos tudo que nos vai na alma. Não temos medo do ridículo, nem do rótulo. Podemos até ser julgados, interpretados desta ou daquela forma. Isso pouco ou nada importa. Estamos cientes de que o nosso valor é interno, jamais virá do exterior.
Ser autêntico é ser natural, verdadeiro, genuínamente si mesmo. Num mundo dominado pelo Ego, ser autêntico pode ser considerado anormal. Afinal o que se aplaude é ser-se aquilo que não se é e nunca se foi ou se conseguiu ser. È um verdadeiro desfile de “pseudo-self´s” este o que assistimos nos dias que correm. O tempo e a vida se encarregam de desmascarar toda essa falta de autenticidade que por aí vigora. Eu recuso-me a ser quem não sou.
Pessoas loucas como eu são completamente destemidas de tudo e de todos. Não estamos nem aí para o que os outros pensam, falam ou fazem em relação a nós. O que importa é sermos a nossa verdade, manifestando quer pelo discurso, quer pela prática, sempre em perfeita coerência e harmonia.
Em geral somos pessoas bem leves, espontâneas, intensas, sem frescura, nem censura. Facilmente expressamos o que pensamos, sentimos e queremos, sem rodeios e florzinhas.
Somos loucas, precisamente porque somos livres no pensamento, no sentir com a alma, na fala e na acção. Não somos escravos de regras e sistemas arcaicos (sociais, religiosos, económicos, educacionais) e que apenas servem para dividir, separar e fazer sofrer a raça humana.
Sou louca precisamente porque, como veículo de Amor expresso e manifesto constantemente esse Amor a todos que comigo se cruzam e essa expressividade é considerada anti-natura pelos que nos consideram loucos.
De facto, a humanidade está de pernas para o ar. O Ser humano está literalmente ao contrário. Fala de Amor e nem sabe o que isto é na prática. Manifesta precisamente a energia oposta à do Amor que é o Medo.
Pessoas autênticas não tem medo de absolutamente nada, nem de ninguém. Optam por caminhar sempre com a energia do Amor. Elas vibram e manifestam luz (consciência) e jamais se comparam a alguém.
Prefiro continuar a ser louca, sendo eu mesma, vivendo a minha verdade e manifestando quem sou “em essência”. Nada paga esta paz de espírito, esta leveza interna ou até esta consciência limpa de se ser uma pessoa autêntica.
Lembro que somos nós – as pessoas loucas – que geralmente tocam fundo na alma quando se expressam, que inspiram nos outros que o impossível é possível e que jamais são esquecidos por quem tem a honra de nos conhecer.
Então, também és uma pessoa autêntica?
Pois bem que sejamos todos autenticamente loucos, um pouco loucos, muito loucos, hoje e sempre.
È precisamente destes loucos que o planeta terra precisa para que todos possamos estar a viver unicamente na energia do Amor Próprio e incondicional, como cidadãos conscientes, seres espirituais, em pleno crescimento e aprendizagem.
Abraço-vos coração com coração, incluindo as/os loucas/os como Eu!
Texto e fotografia: Andrea Serra
Originalmente escrito a 11/11/2016